Comer chocolate todo dia pode fazer bem à saúde. O segredo é escolher bem o produto e consumi-lo com moderação
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O chocolate é vilão ou amigo da saúde?

Comer chocolate todo dia pode fazer bem à saúde. O segredo é escolher bem o produto e consumi-lo com moderação

Comer chocolate todo dia pode fazer bem à saúde. O segredo é escolher bem o produto e consumi-lo na quantidade adequada (foto: freepik)

O chocolate é um alimento apreciado por milhões de pessoas, especialmente nesta época do ano, com a Páscoa chegando. Para aliviar o estresse de um dia corrido ou na hora do cafezinho, em barra ou na sobremesa, o chocolate é uma delícia que encanta pelo seu sabor e aroma únicos!

A guloseima, que já foi inspiração para novelas, livros, obras de arte e filmes, pode trazer problemas para a saúde dependendo de sua composição. A boa notícia é que, ao escolher a variedade certa, ela pode abandonar o papel de vilã e se tornar coadjuvante em uma vida saudável. 

Entenda como o chocolate pode ser seu aliado nos tópicos a seguir. Vamos lá? 

Qual a origem do chocolate?

O chocolate surgiu nas civilizações pré-colombianas da América Latina, mais especificamente nos atuais territórios do México e da Guatemala. Há registros do seu consumo pelos ancestrais dos Maias – cerca de 4 mil anos atrás – e Astecas – há cerca de 2500 anos

Esses povos costumavam consumir o chocolate em forma de bebida, principalmente nas cerimônias e rituais religiosos, por ser considerado sagrado. As sementes de cacau torradas eram misturadas com pimenta, milho fermentado e especiarias, resultando em uma bebida de sabor amargo e intenso, bem diferente do que encontramos hoje em dia. 

Já a origem da palavra não foi totalmente esclarecida pelos pesquisadores. Há uma versão que diz que o termo “chocolate” viria da língua náhuatl, onde “xocoatl” significaria “fruto d’água”. Em outra, acredita-se que seria uma derivação de chocola’j (beber chocolate juntos) ou, ainda, da expressão Maia composta por “chocol” (quente) e “atl” (água).

O que não resta dúvidas é que a iguaria feita da semente do cacau ganhou o mundo anos mais tarde. Levada à Europa na época das grandes navegações, a bebida se transformou em um valioso produto, sendo modificado e aperfeiçoado até conquistar a forma sólida, mais próxima do que consumimos atualmente. 

A história do chocolate no Brasil

Aqui, as sementes que dão origem ao chocolate chegaram em 1746 como um presente para um fazendeiro na região de Ilhéus, sul da Bahia. O clima tropical e as terras férteis favoreceram o sucesso das lavouras de cacau no estado durante os séculos seguintes, tornando o Brasil o segundo maior exportador da fruta no mundo. 

Mas essa história não foi só de glórias. A partir da década de 1990, a produção cacaueira sofreu grande declínio por causa da doença vassoura-de-bruxa. A produção que já alcançou 320 mil toneladas ao ano, caiu para 190 mil em 1991, tornando países da África, como a Costa do Marfim, os principais fornecedores da matéria-prima para o mundo.

Mas o legado de outros tempos fez surgir diversas fábricas de chocolate no Brasil, como a Neugebauer (Rio Grande do Sul, 1891), Lacta (São Paulo, 1912), Kopenhagen (São Paulo, 1928), Garoto (Espírito Santo, 1929) e Nestlé (São Paulo, 1959). Hoje, há grande variedade de marcas no mercado, mas é importante diferenciar o que de fato é ou não chocolate e qual opção é a mais adequada para a sua saúde. Vamos conferir?

O que é e o que não é chocolate

Você sabe identificar um chocolate de verdade? Nos últimos anos, para adaptar o produto ao gosto do brasileiro e torná-lo mais barato na venda, algumas marcas oferecem alimentos que imitam o sabor do chocolate, mas que na verdade não são. 

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão responsável pelo controle sanitário no Brasil, chocolate é o produto composto por, pelo menos, 25% de derivados do beneficiamento do fruto da Theobroma cacao L., como:

  • Massa de cacau: também conhecida como líquor de cacau, é gerada a partir da moagem dos “nibs” – as partes mais nobres do cacau, resultantes da fermentação, secagem e torra de suas amêndoas; 
  • Cacau em pó: é basicamente o resultado do processamento da massa de cacau em grãos finíssimos;
  • Manteiga de cacau: é a gordura extraída da semente de cacau, em forma de óleo, que se solidifica em temperatura ambiente. 

Isso já esclarece uma dúvida que muitas pessoas têm sobre o chocolate branco. Sim, ele é considerado chocolate, pois é composto, em grande parte, por manteiga de cacau. Mas, tem outros aspectos que são importantes levar em consideração na hora de consumir o produto. Quer ver?

Como escolher a opção mais saudável

O chocolate que consumimos é constituído, basicamente, por massa de cacau, manteiga de cacau e açúcar, podendo ou não conter leite ou outros ingredientes. Por isso, é fundamental ficar de olho na lista de componentes para evitar os ultraprocessados. Lembre-se: quanto menos ingredientes, mais chances desse produto fazer bem à saúde. Então, vamos conhecer os tipos de chocolates disponíveis?

  • Chocolate branco: feito com pelo menos 25% de manteiga de cacau, não possuindo massa de cacau (opção mais saudável) na sua composição. Geralmente, contém açúcar e gordura hidrogenada em grande quantidade. Deve ser consumido com muita cautela;
  • Chocolate ao leite: possui massa de cacau, porém divide espaço com açúcar, leite, manteiga de cacau e gordura hidrogenada. Melhor ficar de olho nos ingredientes e consumir de vez em quando;
  • Chocolate meio amargo: é uma opção mais benéfica para a saúde. Dependendo de seu teor de cacau, que pode variar de 40% a 65%, possui maior grau de massa de cacau proporcionalmente a outros ingredientes, o que libera seu consumo em mais ocasiões;
  • Chocolate amargo: é a melhor opção para o consumo. Seu teor de cacau pode variar de 70% a 100% – e não precisamos nem falar que, quanto mais perto do 100%, mais benefícios para a saúde;
  • Chocolate zero açúcar: se você está em dieta de restrição de açúcares, essa opção é adequada, pois substitui o item por adoçante. Mas, a lista de ingredientes deve ser analisada, pois algumas marcas aumentam o teor de gorduras para trazer mais sabor ao produto, tornando-o uma alternativa calórica e menos saudável. 

E como o chocolate pode fazer bem para a saúde?

Você viu que, quanto maior o teor de cacau do chocolate, melhor para a saúde. Chocolate 70% é ótimo, mas um com 90% de teor de cacau é excelente e um com 100%, o ideal! Segundo estudos, algumas conclusões sobre seus benefícios foram estabelecidas. Confira alguns deles:

  • Promove o bom funcionamento do coração: ajuda na prevenção do infarto, no aumento do colesterol bom (HDL) e na melhora do fluxo sanguíneo, auxiliando no controle da pressão arterial;
  • Reduz os riscos de câncer: seus flavonoides e polifenóis são potentes antioxidantes, o que promove a correta atividade celular, diminuindo, assim, possíveis processos carcinogênicos; 
  • Melhora o humor e o sono: fonte de triptofano – aminoácido que participa da produção de serotonina e melatonina, ou seja, os hormônios do prazer e do sono –, atua diretamente na redução da ansiedade e no relaxamento do corpo;
  • Auxilia no emagrecimento: a cafeína presente no chocolate acelera o metabolismo e, combinada com uma dieta balanceada, contribui para a boa forma. Além disso, os ácidos fenólicos auxiliam na produção da leptina – hormônio que ajuda na sensação de saciedade;
  • Retarda o envelhecimento e protege a pele: rico em antioxidantes, responsáveis por combater os radicais livres, o chocolate também possui muitas vitaminas e minerais, que melhoram o aspecto da pele e o funcionamento do corpo. 

Você merece o que te faz bem

E aí? Se convenceu que pode incluir o chocolate sem culpa no seu dia a dia? Seguindo essas dicas, investindo em alimentos saudáveis e nas atividades físicas, você pode dar esse mimo para o seu corpo. Afinal, cuidar de você é investir também no que torna sua vida mais feliz!

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